Continuo a ser eu. Ainda que às vezes pareça que estou num universo distinto ao qual nao pertenço. Continuo a ser eu. Ainda que me pareça às vezes que estou a escapar ao meu destino e que por isso sou castigado. Continuo a ser eu. Ainda que haja um amigo distante que eu sei que precisa de mim e eu estou a 3.000 kms e nao tenho saldo nem para lhe telefonar e nao sei o que fazer porque na verdade o que queria era dar-lhe um abraço apertado e ao posso. Continuo a ser eu. Ainda que passe mais tempo sozinho do que alguma vez passei, ainda que às vezes me pareça que sou a única pessoa sa nesta cidade e passe demasiado tempo fascinado com a loucura dos outros e me perca nos seus labirintos de traumas emocionais de tal maneira que me ponho a pensar se sou eu quem está louco ou se vou ficar se nao me escapo rapidamente. Continuo a ser eu. O mesmo de sempre.